sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Mari Martins! Paixão por todas as pranchas

TEXTO PARA A EDIÇÃO n. 14 DA REVISTA WAKE BRASIL DE JULHO 2008.



Trip da Mari para a Costa Rica! foto: Marito

Você já parou para pensar quem foi o primeiro maluco a mandar um invertido com uma prancha no pé, sendo puxado por um barco. E a primeira mulher? E a primeira brasileira a mandar um invertido?
Se você já anda de wake a algum tempo, vai ter essa resposta na ponta da língua: É a Mariana Martins! Isso mesmo, mas se você não a conhece, senta que vem muita história envolvendo wakeboard de qualidade.
Quatro vezes campeã Brasileira, campeã latino americana em 1999, campeã paulista categoria Open entre os marmanjos (é isso mesmo, entre os homens) e também a primeira menina a mandar uma rotação.




E ainda por cima tem a manha para entrevistar!!!! Foto: Marito


A Mari começou a andar de wake em 1998, com o irmão Eduardo em Angra dos Reis. Eles ganharam um bote, que por ser muito pequeno impossibilitava percursos muito longos, já que perto de Angra rolam várias ilhas iradas para “roletar”. Devido a essa simpática “contrariedade” do destino, ela e o irmão descobriram o wake e ficaram completamente viciados, mesmo fazendo as sessions em uma marola quase “negativa”.



Concerteza de cabeça feita ne? Foi o Marito de novo...

O vício foi tanto que ela começou a literalmente se jogar no wake, começou a competir, correu atrás de patrocínios. Na medida que o tempo passava, a Mari elevou o nível do wakeboard feminino de tal forma, que se não fosse sua participação, dificilmente a categoria feminino sairia do HS AIR. Foi a primeira menina que mesmo sem parâmetros jogou manobras que só os meninos faziam no Brasil.

Claro que tanta raça assim não vem de graça, e mesmo com todo o talento evidente, lesões não faltaram para o currículo da carioca. Pé quebrado duas vezes e joelho operado três vezes não foram suficientes para abalar a paixão da Mari pelo wake. Prova disso foi a conquista do primeiro circuito brasileiro.

Um mês antes da final do circuito em 2001, a atleta descobriu que estava com o ligamento do joelho rompido. Empatada com a segunda colocada, ela precisava de uma boa colocação para levar o título. Pressão demais para gente comum, para Mariana foi só mais uma forma de reafirmar sua convicção de que era capaz. Ela não só acertou a passada toda (incluindo um TS 540), como foi campeã brasileira.



Entrando no slider...

E isso foi só seu primeiro título brasileiro, por que depois vieram mais três. Mas isso é assunto para frente, por que antes disso, Mari trocou as praias do rio pelas represas de São Paulo, talvez para se sentir mais próxima do seu pico preferido que é Igaratá, onde podia praticar wake em uma represa limpa e lisa... E o que é melhor andar com uma galera irada e com uma marola exemplar.



Indo pro Board slide...

Em 2003 voou para as “gringa” para disputar o Mundial na Profissional, adquiriu experiência e voltou para o Brasil quebrando tudo e abocanhando alguns dos seus principais títulos. O mais recente foi em 2006, ela simplesmente foi campeão paulista. Isso mesmo campeão, por que correu o campeonato na categoria open (masculino) já que a feminino não fazia mais “cosquinha”.



Missão Board concluída!

Nas horas vagas, a Mariana faz uma trips iradas, mas sempre envolvendo alguma prancha. Snow, surfe, wake e atualmente adicionou o skate ao seu currículo de board rider. Quando esta em casa no Rio ela anda de wake e surfa sempre que pode, e quando vem para BH faz questão de encostar a rodinha do skate no cooping da mini ramp!



Saindo de 180!

Mesmo acertando as manobras cascas no wake, a Mari resolveu que quer viver mesmo praticando o free ride, sem se preocupar com as competições, viajando para as várias cidades brasileiras onde fez vários amigos e aproveitar uma session descompromissada sem a pressão dos campeonatos.

Provavelmente, uma hora dessas, a Mari deve estar aproveitando o swell que entrou no dia que ela chegou na Costa Rica... Isso mesmo, enquanto eu escrevo ela provavelmente escolhe em qual das ondas quentes e perfeitas de playa hermosa, playa grande, pavones ela vai remar...

Seja lá qual praia ela estiver, tenho uma enorme alegria de saber que existem pessoas vivendo o sonho, personificando a verdadeira razão de praticar qualquer esporte de prancha ou sem prancha, pura e simplesmente por amar fazer aquilo, sem motivações egoístas, só buscando se divertir.




Será que ela tem chulé?