sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Karen Jones - Matéria para a edição 17 - Revista Wake Brasil

Por Teca Lobato



Foto Kim Woo

Encarar um drope em um half pipe dificilmente passa pela cabeça de uma mulher. Nada mais natural, já que desde pequenas sabíamos que nossa estrutura física não cooperava nas brincadeiras que exigiam alguma vantagem sobre os meninos. Então esse negócio de Half Pipe é coisa pra homem... Certo?

Karen Jones, 23 anos, paulista de Santo André, Bi campeã mundial e campeã dos X-Games no Skate Vertical - wakeboarder quando sobra tempo - definitivamente não concordaria com o raciocínio da maioria. Iria mesmo é ficar “neurada”, porque o que tem de marmanjo que pede pinico em uma rampa dessas não é brincadeira.



Foto Betunka. Mnobra Bs Indy

Karen conta que sua evolução até o drope no Half foi gradual e rolou quando ela estava totalmente segura “Eu já estava andando no vert, em mini ramps e em quarters mais altos á algum tempo. Comecei indo baixinho e fui subindo até chegar perto da borda. Chega uma hora que você quer ir mais alto e não dá, o jeito é dropar”.

“Lembro que o Geninho (Eugênio Amaral)estava andando no Half com vários “rolers” (patinadores) onde eu não estava acostumada a andar, e nessa época meu negócio era street. Dropei um quarter altão e gritei para ele se era a mesma coisa, ele falou que era.” Assim que a pista esvaziou Karen tomou a decisão e seguiu em frente “Respirei fundo, engoli o medo, fiquei confiante e fui... de repente já estava do outro lado gritando”.

O medo é um sentimento instintivo e extremamente necessário. Ele nos ajuda a entender os momentos de risco e preparar o corpo para uma eventual “batalha”. Além disso, o medo nos traz concentração e atenção elevadas. Quando bem utilizado ele se torna um aliado para seguir evoluindo.




Foto: Zergio Flores Fs Indy

Nós mulheres sabemos o quanto é difícil quando o medo domina. Karen Jones, e várias outras mulheres que elevaram o nível nos esportes de prancha sabem muito bem o que é isso. E esta evolução é mérito é de todas elas, que usaram o medo a seu favor e hoje são exemplos para as novas gerações.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Tobogã abaixo, madrugada adentro! Matéria para a Ragga de Fev/Mar!

www.revistaragga.com.br

Por Teca Lobato
Fotos: Carlos Hauck


O full de Backside do Zezinho! Dispensa comentários...


Descer o tobogã da Avenida do Contorno é um sonho antigo. Eu já adorava, quando era bem pequena, sentir o frio na barriga, enquanto meu pai dirigia o carro avenida abaixo. Se mesmo no banco do passageiro, descer o Tobogã é sinônimo de adrenalina, imagina em cima de um longboard, fazendo downhill slide?


O Tobogã povoa o imaginário de todo longboarder belo-horizontino que se preze. No topo da ladeira, o medo é paralisante. E é para lá que a reportagem da Ragga foi, com esta repórter que lhes escreve, Eduardo “Cabelo”, Zezinho e Daniel Alemão. Todos com certa experiência para enfrentar as “morras de asfalto”. Como a avenida é via de acesso para vários bairros de BH, com intenso fluxo de carros, o horário combinado para fazer a descida foi durante a madrugada – uma medida de segurança para diminuir os riscos, que não eram poucos.




Oitavo colocado no mundial de Downhill Speed do Rio de Janeiro em 2006, Zezinho tem experiência de sobra quando o assunto é downhill. No speed, o atleta pode atingir até 100 km/h. A princípio não chegaríamos a tanto, então imaginei que para ele o tobogã seria fácil Dito e feito! Zezinho foi o primeiro a descer e testar a pista, mesmo com toda a pressão dos carros e da forte inclinação da ladeira, mandou todas as manobras no gás e com um estilo incomparável.



O Cabelo indo para o 180 de frontside!


Surfista há mais de dez anos, Eduardo “Cabelo”, assim como Zezinho, é um dos percussores do downhill slide em BH. Tem base e manobras suficientes para deslizar no “tobogã” e foi só fissura depois que recebeu o convite.

Mesmo com apenas dois anos de longboard skate, Alemão tem uma vasta experiência com pranchas. Dez anos de street skate foram suficientes para render uma base segura o suficiente para se arriscar nas descidas executando qualquer slide com tranqüilidade. Juntos, fechamos uma das sessões de downhill mais “adrenalizantes” de nossas vidas.


Dani esticando seu lay back ao máximo...

A idéia de encontrar quatro malucos deslizando pela Avenida do Contorno surpreendeu a todos que passavam. Conseguimos reunir em uma sessão expectadores de todos os gêneros: taxistas, moradores de rua, freqüentadores dos bares nas proximidades e os que apenas passavam de carro pela ladeira.

Segundo Fernanda Barreiros, longboarder há mais de cinco anos, o local é perfeito para a realização de eventos: “O ideal seria fechar a ladeira para realizar um campeonato, existem vias de acesso alternativas e com certeza o nível das manobras seria bem alto”, acredita. Fica a dica. Se rolar, é só chamar que eu vou!



Eu!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009