segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sessão Trash para Revista Ragga Ed. 25

Por Teca Lobato
Fotos Carlos Hauck


Na falta de espaços públicos para andar, João Miguel, Artur Cabeça e Jeferson Bill moldaram seus roles a base de “lixo”.



Nollie Flip do João Miguel nas alturas

O lixo aqui não diz respeito a restos inutilizados e despejados aos montes pelos seres humanos, mas aos lugares nas ruas da capital mineira, que serviram para estes skatistas como a verdadeira escola de manobras. Foram nestas sessões de rua que surgiu a JAM, a palavra é formada pelas iniciais do trio, que se encontra na madrugada em busca dos picos mais “sujos”, mas não no sentido literal da palavra...



O Tucknee Style do Bill!!!


A idéia de se vestir como gari surgiu tendo em vista o estilo de vida do trio. Eles se autodenominam “do Lixo” e Arthur “Cabeça” explica melhor essa idéia: “BH é uma cidade muito boa, aqui fizemos boas amizades, mas somos 100% da rua, e aqui os lugares para andar não são bons, na verdade a maioria dos picos é bem difícil. Acabamos acostumando com esses lugares que denominamos de “picos do lixo””.

Quando perguntei sobre a dificuldade de andar na rua me surpreendi. Na verdade eles tomaram gosto por este tipo de sessão, “Manobra hoje todo mundo manda. Agente quer mesmo é andar em pico difícil. As pistas são muito importantes para evoluir, mas hoje nosso interesse é fazer o impossível” conta João Miguel.



O gap do Artur em recepção nada favorável...

Se adequando a complexidade da arquitetura de Belo Horizonte, os três, vestidos de garis, arrancaram olhares espantados de quem passava. O laranja reluzente do uniforme associado à agressividade das manobras transformava o cenário urbano no mais excêntrico espetáculo. No calor escaldante do meio dia buscamos os lugares mais abandonados, demolidos... Quanto mais largado melhor.

Jefferson Bill, nome conhecido no cenário mineiro explica as raízes do comportamento da “crew”: “A gente não quer deixar o verdadeiro skate morrer. E ele veio da rua”. A sensação de ousadia, coragem e camaradagem foi inspiradora, não houve barranco no caminho que não fosse superado, não houve hard, nollie ou kickflip que não pudessem ser dificultados. Tudo para tornar mais um rolé memorável, diferente e ousado, tudo para criar ainda mais possibilidades, expandir o crescimento ilimitado do esporte que amam.



Os beastie boys do skate...





Agradecimentos: A SLU – Superintendência de Lixo Urbano que gentilmente cedeu as roupas dos nossos “garis” e a Blunt Skate park pela “base” de skate, de partida e chegada.

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