quinta-feira, 16 de julho de 2009

Bate e volta no Naga Cable Park - Matéria para Ragga Julho

Por Teca Lobato

Não sei como expressar o sentimento da maioria dos wakeboarders brasileiros com a notícia que recebemos: agora temos o primeiro Cable Park da América Latina, em Jaguariúna, São Paulo.



Dock Start



Eu nem esperei inaugurar o Cable e já juntei minhas trouxinhas. Em uma sexta- feira qualquer do mês de abril, resolvi, de última hora, junto com o Daniel Alemão, pegar um “busão” convencional e tomar o rumo de Campinas. Chegando lá, mais um ônibus em direção a Jaguariúna após uma noite muito mal dormida. Isso tudo sabendo que seria realmente um bate e volta e que no mesmo dia que cheguei teria que enfrentar outro ônibus convencional de volta a Belo Horizonte.




Para entender o que move uma pessoa a ponto de enfrentar 16 horas de viagem (ida + volta) em um mesmo dia, vou explicar. O cable park está para os wakeboarders como a Disney está para as criancinhas. E o que é melhor: não temos, na primeira opção, o mala do Mickey para pentelhar. Nosso brinquedinho em questão é um sistema de cabos que permite a prática de qualquer modalidade de ski sem precisar de um barco.

No caso do Naga Cable Park de Jaguariúna, a 120km da capital paulista, a estrutura que encontramos foi uma pequena represa cheia de obstáculos, entre eles o Kicker (rampa para saltos), Sliders (similar ao corrimão do skate) e o Table Top (um corrimão um pouco mais largo) e um motor elétrico que, através dos cabos de aço e do mecanismo de torres, consegue substituir perfeitamente um barco.


Jovem no A-frame

Para o tetracampeão Brasileiro de Wakeboard, Mário Manzolli, o Marito, a estrutura promete revolucionar o esporte no país. “O Cable é uma das coisas mais importantes que aconteceu para o wake no Brasil. Muito mais gente vai ter chance de aprender a andar, principalmente quem não tem acesso a uma lancha.”

Diferentes de qualquer ski aquático, no Cable podem andar, ao mesmo tempo, aproximadamente nove atletas. Já imaginou o que é ver seus amigos passando nos obstáculos e mandando manobras iradas na sua frente e do outro lado da represa? E o que é melhor, sem precisar de um barco ou de gasolina. Foi o que aconteceu no sábado, quando alguns dos principais atletas do Brasil se encontraram para um test drive.

Alguns nomes bem conhecidos no esporte como Marito e Mariana Martins, ambos tetracampeões brasileiros, Daniel Garcia, Eduardo Jovem, instrutor da Marreco Wake School e Igor Boito, editor da revista Wake Brasil, entre vários outros amigos e companheiros de sessão e campeonatos. De dez da manhã até cinco da tarde, a maioria dos nomes citados acima andou sem parar.


Visão do cable.

O complexo de 84 mil metros quadrados e capacidade para abrigar 1500 pessoas por dia foi inaugurado oficialmente no dia 21 de maio. O responsável pela estrutura, Pedro Paulo Caldas, conta como se interessou pelo projeto. “Há uns quatro anos conheci o OWC, principal cable park de Orlando, e fiquei amarradão. De cara, percebi que o Brasil tem excelente potencial para abraçar o conceito e resolvemos encarar o projeto, pois já era um sonho nosso conseguir juntar o útil ao agradável.”

Quando perguntei sobre a escolha da cidade como sede do empreendimento, me surpreendi. “Ao pesquisarmos a região, percebemos que sua população, PIB, IDH, clima e vocação turística formavam o conjunto ideal para viabilizar o Cable Park. Em Jaguariúna, achamos o ponto ideal para instalarmos o parque. Aqui temos lago pronto, proximidade de grandes centros, fácil acesso e interesse da cidade em nos apoiar”, conta Pedro Paulo.

O que rolou por lá foi uma sessão de wakeboard de, aproximadamente, sete horas de duração com pausas estratégicas para descanso, papo furado e churrasco. A estrutura do Naga Cable Park é perfeita para estimular o crescimento do esporte, realização de campeonatos, fazer novos amigos e para, acima de tudo, te esgotar fisicamente, mesmo que recarregue emocionalmente. O pico de Jaguariúna, ideal para o surgimento de novos talentos, também dá oportunidade para quem sempre curtiu o esporte, mas nunca conseguiu praticar.


Flávia, Marijane e Teca.

No dia seguinte, descobri alguns músculos que não sabia que existiam no corpo humano. Por causa do meu abuso e da maior sessão que já fiz na vida, fiquei mais de uma semana com dores. Desta vez, aquela dorzinha boa, que te faz lembrar o fim de semana com os amigos, sol e dorflex.

3 comentários:

nd disse...

Muito massa essa matéria Teca!! Parabéns...sempre mandando benzasso no Jornalismo do Wakeboard!!
E qto ao cablepark...só tenho uma palavara: VICIANTE !!!
Beijao!! Inté!

nd disse...

PS: Quanto a essa parte aqui "Já imaginou o que é ver seus amigos passando nos obstáculos e mandando manobras iradas na sua frente e do outro lado da represa?"
Na vez que eu fui, rolou uma brincadeira IRADA!! 2 amigos, eu e turma de MS (Gabira, Dudu e Marcelo), saimos um na sequencia do outro e rolou um "SIGA O MESTRE"!
DEMAIS!! hahahaha

tecalobato disse...

HAHAAHHAAHAH QUE ANIMAL!!!!!
QUERO PARTICIPAR! ENCONTREI COM ELES EM MANAUS!!! SÓ PODIA!